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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Águas para Utilização Recreativa

Sejam bem-vindos mais uma vez ! Hoje vou abordar o tema Águas para Utilização Recreativa.

            Designam-se por águas de utilização recreativa, as águas provenientes de piscinas e jacuzzis e visto que estes espaços são, diariamente, frequentados por um enorme número de pessoas deve haver uma atenção especial a variados perigos para a saúde pública pois existe a possibilidade de contaminação das águas, por diversos microrganismos, como por exemplo, legionella e também perigos provenientes da elevada temperatura e humidade do local no caso das piscinas e jacuzzis. São estes fatores que realçam a importância da ação do Técnico de Saúde Ambiental.

Compete à entidade de saúde, "vigiar o nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as medidas corretivas necessárias á defesa da saúde publica.", segundo consta no Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril.

Através da Circular Normativa nº 14/DA, de 21 de Agosto de 2009, temos acesso ao programa de vigilância sanitária para as piscinas proveniente da Direção Geral de Saúde, onde se pode aceder a várias noções e procedimentos, visando a avaliação da qualidade da água dos tanques, e garantido ainda a existência de planos de identificação, monotorização e controlo do risco para que se consiga evitar ou reduzir os riscos para a saúde dos utilizadores e trabalhadores destes espaços. Este programa de vigilância abrange as piscinas públicas (Tipo 1) e semi-públicos (Tipo 2), não abrangendo as piscinas de uso privado (Tipo 3) visto serem de uso exclusivamente familiar, e como tal apenas são frequentadas por um numero reduzido de pessoas.

Durante a primeira semana do corrente estágio realizaram-se colheitas de águas, nomeadamente colheita de águas de consumo humano, águas de utilização recreativa, águas de hemodialise e águas balneares interiores.
A colheita correspondente às águas de utilização recreativa, foi feita numa piscina municipal e efetuou-se análise de campo (AC), análise bacteriológica (AB) e análise físico-química (AFQ). Para realizar estas análises, são necessários os seguintes equipamentos:

·     Frasco de vidro de capacidade adequada, esterilizado e contendo uma quantidade adequada do redutor tiossulfato de sódio, para a recolha em profundidade;
·         2 cordas devidamente esterilizadas para suspensão do frasco de recolha em profundidade;
·         Frasco de polietileno de capacidade adequada, esterilizado interiormente para a recolha à superfície;
·         Frasco de polietileno de capacidade adequada para recolha das amostras de análise química;
·         Desinfetante para as mãos;
·         Toalhetes;
·         Botas descartáveis;
·         Termómetro, para medição da temperatura;
·         Fotómetro/clorímetro, para a medição de cloro residual;
·         Reagente para utilizar no fotómetro/clorímetro.


Técnica de colheita de águas de piscina

Ø  Análise de campo:

            Dentro das análises de campo, costuma-se analisar dois parâmetros, teor de pH e de cloro livre/residual. O teor de cloro residual varia consoante o valor do pH, ou seja, para um pH dentro do intervalo de 6,9-7,4 o cloro deverá estar no intervalo de 0,5-1,2 mg/L; para um pH dentro do intervalo de 7,5-8 o cloro deverá estar dentro do intervalo 1-2 mg/L.

Ø  Análise Microbiológica/Bacteriológica:

 Este Este tipotipo de colheita realiza-se em dois processos: colheita de superfície e colheita em profundidade. Para efetuar este tipo de recolha é necessários um frasco devidamente esterilizado de polietileno e um frasco e vidro que contém no seu interior tiossulfato de sódio.

1. Procedimento para colheita de água em piscinas

1.1. Colheita de superfície:
- Remover com cuidado a tampa do frasco esterilizado, junto à água;
- Encher o frasco à superfície da água, sempre voltado para a frente (o frasco não deve ser enchido totalmente);
- Fechar corretamente o frasco;
- Proceder à devida identificação da amostra na etiqueta colocada no frasco;
- Acondicionar o frasco numa mala térmica, aproximadamente a 4ºC e fazer o seu transporte até um laboratório acreditado.
O prazo entre a colheita e o inicio da análise não pode ultrapassar as 6horas.

1.2. Colheita em profundidade:
- Colocar corretamente as cordas na armação do frasco;
- Submergir o frasco à profundidade pretendida (aproximadamente 1 metro);
- Movimentar a corda que aciona a abertura do frasco (a corda que permite a entrada de água no frasco deve ser puxada apenas quando o frasco estiver completamente submerso);
- Encher o frasco, fechá-lo corretamente e retirá-lo da água;
- Identificar o frasco com a etiqueta e colocá-lo na caixa metálica;
- Colocar na mala térmica a caixa metálica que contém o frasco e transportá-los ao laboratório.
O prazo entre a colheita da água e o início da sua análise não deve ultrapassar as 6 horas e a temperatura deve ser mantida, aproximadamente entre 3 a 5oC.

Ø  Análise Físico-química:
Para realizar esta colheita é também necessário um frasco de polietileno, e é efetuada, segundo os seguintes passos:
- Retirar a tampa do frasco junto à água;
- Mergulhar o frasco numa posição vertical (o frasco deverá ficar completamente cheio);
- Retirar o frasco, fechá-lo corretamente e identificá-lo,

- Acondicionar o frasco numa mala térmica e fazer o seu transporte até ao laboratório. A temperatura de ser mantida a cerca dos 3 a 5ºC.



Fontes utilizadas:

Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril, disponível em:

Circular Normativa nº 14/DA, de 21 de Agosto de 2009, disponível em:

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