Sejam bem-vindos mais
uma vez ! Hoje vou abordar o tema Águas para Utilização Recreativa.
Designam-se por águas de utilização recreativa, as águas
provenientes de piscinas e jacuzzis e visto que estes espaços são, diariamente,
frequentados por um enorme número de pessoas deve haver uma atenção especial a
variados perigos para a saúde pública pois existe a possibilidade de
contaminação das águas, por diversos microrganismos, como por exemplo, legionella e também perigos provenientes
da elevada temperatura e humidade do local no caso das piscinas e jacuzzis. São
estes fatores que realçam a importância da ação do Técnico de Saúde Ambiental.
Compete à entidade de
saúde, "vigiar o nível sanitário dos
aglomerados populacionais, dos
serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as
medidas corretivas necessárias á defesa da saúde publica.",
segundo consta no Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril.
Através da Circular Normativa nº
14/DA, de 21 de Agosto de 2009, temos acesso ao programa de vigilância sanitária para as
piscinas proveniente da Direção Geral de Saúde, onde se pode aceder a várias
noções e procedimentos, visando a avaliação da qualidade da água dos tanques, e
garantido ainda a existência de planos de identificação, monotorização e
controlo do risco para que se consiga evitar ou reduzir os riscos para a saúde
dos utilizadores e trabalhadores destes espaços. Este programa de vigilância
abrange as piscinas públicas (Tipo 1) e semi-públicos (Tipo 2), não abrangendo
as piscinas de uso privado (Tipo 3) visto serem de uso exclusivamente familiar,
e como tal apenas são frequentadas por um numero reduzido de pessoas.
Durante a primeira
semana do corrente estágio realizaram-se colheitas de águas, nomeadamente
colheita de águas de consumo humano, águas de utilização recreativa, águas de
hemodialise e águas balneares interiores.
A colheita
correspondente às águas de utilização recreativa, foi feita numa piscina municipal
e efetuou-se análise de campo (AC), análise bacteriológica (AB) e análise físico-química
(AFQ). Para realizar estas análises, são necessários os seguintes equipamentos:
· Frasco de vidro de capacidade adequada, esterilizado e contendo uma
quantidade adequada do redutor tiossulfato
de sódio, para a recolha em profundidade;
· 2 cordas devidamente esterilizadas para suspensão do frasco de recolha
em profundidade;
·
Frasco de polietileno de capacidade adequada, esterilizado interiormente
para a recolha à superfície;
·
Frasco de polietileno de capacidade adequada para recolha das amostras
de análise química;
·
Desinfetante para as mãos;
·
Toalhetes;
·
Botas descartáveis;
·
Termómetro, para medição da temperatura;
·
Fotómetro/clorímetro, para a medição de cloro residual;
·
Reagente para utilizar no fotómetro/clorímetro.
Técnica de colheita de águas de piscina
Ø Análise de campo:
Dentro das análises de
campo, costuma-se analisar dois parâmetros, teor de pH e de cloro
livre/residual. O teor de cloro residual varia consoante o valor do pH, ou
seja, para um pH dentro do intervalo de 6,9-7,4 o cloro deverá estar no
intervalo de 0,5-1,2 mg/L; para um pH dentro do intervalo de 7,5-8 o cloro
deverá estar dentro do intervalo 1-2 mg/L.
Ø Análise Microbiológica/Bacteriológica:
Este Este tipotipo de colheita realiza-se em dois processos: colheita de
superfície e colheita em profundidade. Para efetuar este tipo de recolha é necessários
um frasco devidamente esterilizado de polietileno e um frasco e vidro que contém no seu interior
tiossulfato de sódio.
1. Procedimento
para colheita de água em piscinas
1.1. Colheita de superfície:
- Remover com cuidado a
tampa do frasco esterilizado, junto à água;
- Encher o frasco à
superfície da água, sempre voltado para a frente (o frasco não deve ser enchido
totalmente);
- Fechar corretamente o
frasco;
- Proceder à devida
identificação da amostra na etiqueta colocada no frasco;
- Acondicionar o frasco
numa mala térmica, aproximadamente a 4ºC e fazer o seu transporte até um
laboratório acreditado.
O prazo entre a colheita e
o inicio da análise não pode ultrapassar as 6horas.
1.2. Colheita em profundidade:
- Colocar corretamente as
cordas na armação do frasco;
- Submergir o frasco à
profundidade pretendida (aproximadamente 1 metro);
- Movimentar a corda que
aciona a abertura do frasco (a corda que permite a entrada de água no frasco
deve ser puxada apenas quando o frasco estiver completamente submerso);
- Encher o frasco, fechá-lo
corretamente e retirá-lo da água;
- Identificar o frasco com
a etiqueta e colocá-lo na caixa metálica;
- Colocar na mala térmica a
caixa metálica que contém o frasco e transportá-los ao laboratório.
O prazo entre a colheita da
água e o início da sua análise não deve ultrapassar as 6 horas e a temperatura
deve ser mantida, aproximadamente entre 3 a 5oC.
Ø Análise Físico-química:
Para realizar esta colheita é também necessário um
frasco de polietileno, e é efetuada, segundo os seguintes passos:
- Retirar a tampa do frasco
junto à água;
- Mergulhar o frasco numa
posição vertical (o frasco deverá ficar completamente cheio);
- Retirar o frasco,
fechá-lo corretamente e identificá-lo,
- Acondicionar o frasco
numa mala térmica e fazer o seu transporte até ao laboratório. A temperatura de
ser mantida a cerca dos 3 a 5ºC.
Fontes utilizadas:
Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril, disponível em:
Circular Normativa nº 14/DA,
de 21 de Agosto de 2009, disponível em:
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